O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) esclarece aos cirurgiões-dentistas de todo o país que é falsa a informação divulgada pela Associação Brasileira de Radiologia Odontológica (Abro) de que queremos impedi-los de fazer radiografias. Essa mentira faz parte de uma campanha difamatória que esconde o interesse de setores que querem promover a concorrência desleal no mercado de trabalho em benefício próprio.

Em 31 anos de atividade, o CONTER jamais extrapolou os limites de sua lei de regência e sempre respeitou o marco regulatório de todas as profissões regulamentadas. Portanto, vimos a público reafirmar esse compromisso e rechaçar o comportamento de dirigentes que não estão à altura das categorias que representam.

Desde a audiência pública realizada no Congresso Nacional para discutir o PL n.º 3.661/12, no dia 12 de setembro de 2017, a presidente da ABRO Mychelle Gurgacz criou um abaixo assinado que já ludibriou mais de 25 mil profissionais e passou a fazer publicações diárias, atribuindo posicionamentos falsos ao CONTER. Desta forma, tem induzido as pessoas ao erro e criado um clima de guerra e falta de entendimento entre as categorias.

A presidente da ABRO tem usado esse expediente para esconder o seu verdadeiro interesse, que é explorar a mão-de-obra barata dos Técnicos em Saúde Bucal (TSBs), que já são forjados para fazer o trabalho operacional e de limpeza dos consultórios, mas, agora, no que depender da ABRO, também serão obrigados a fazer radiografias, mesmo sem ter conhecimento ou habilitação legal para isso.

Para defender essa tese, chega ao absurdo de afirmar que o salário do Técnico em Radiologia encarece e inviabiliza o serviço de radiologia odontológica. Um verdadeiro atentado contra a inteligência de quem conhece o mínimo sobre o orçamento de um consultório.

Aliás, o único interesse por trás desse posicionamento é financeiro. Além de poder trabalhar 20 horas a mais por semana, o TSB não tem direito ao adicional de insalubridade e atua sem fiscalização, pois o Conselho Federal de Odontologia (CFO) é conivente com o exercício ilegal das técnicas radiológicas em clínicas particulares. Por outro lado, no setor público, esses mesmos dirigentes não reivindicam que TSBs façam o serviço do Técnico em Radiologia. Simples entender: não dá lucro para eles.

O CONTER defende o interesse da sociedade, que não merece ser submetida a exames radiológicos por um profissional que não tenha a formação mínima de Técnico em Radiologia. Evidentemente, o cirurgião-dentista passa pelas disciplinas e tem totais condições de fazer radiografias odontológicas. Entretanto, o Técnico em Saúde Bucal não tem formação e nem a habilitação necessária para atender pacientes. Suas funções no consultório são outras e estão claramente especificadas em sua lei de regência.

Temos todo o respeito pelos TSBs e por todos os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de saúde. Diariamente, conversamos com eles e sabemos que quem está por trás desse tipo de iniciativa são patrões inescrupulosos, que não respeitam o paciente e muito menos o trabalhador.

Para não restar dúvidas sobre as nossas verdadeiras intenções, assumimos o compromisso público diante da sociedade de que podemos incluir um dispositivo em nosso projeto de lei que assegure os direitos e prerrogativas dos cirurgiões-dentistas. Da mesma forma, podemos fazer isso por qualquer categoria que tenha reconhecido o direito profissional na forma da legislação específica. Entretanto, não vamos admitir ingerências e falta de profissionalismo nesta discussão, pois é a segurança da população que está em jogo.

Estamos abertos ao diálogo. Sugerimos um amplo debate científico entre todas as categorias envolvidas na discussão para chegar a um denominador comum. Temos certeza de que o comportamento reprovável denunciado nesta nota não representa a opinião dos profissionais da Odontologia, que prezam pelo respeito  mútuo e pela verdade.

Diretoria executiva do CONTER